Dados Bibliográficos

AUTOR(ES) B. Reinhardt
ANO Não informado
TIPO Artigo
PERIÓDICO Revista de Antropologia
ISSN 1678-9857
E-ISSN 1678-9857
EDITORA Publisher 72
DOI 10.11606/2179-0892.ra.2014.89116
ADICIONADO EM 2025-08-18

Resumo

O presente artigo toma como base a tese clássica de Johannes Fabian sobre a política do tempo na representação antropológica tendo em vista revisar criticamente a carreira da coetaneidade na produção antropológica sobre a África. Ele parte da antropologia feita sob o colonialismo, com foco no estrutural-funcionalismo britânico, e chega à antropologia do colonialismo que desponta nos anos 90, passando pela forte disjunção temporal imposta à disciplina pelas independências africanas, que começam a florescer no final dos anos 50. Observa-se nessa trajetória um amadurecimento teórico acerca do impacto formativo duradouro do poder colonial nas sociedades africanas. Como conclusão, problematizo a prescrição de Fabian de 'um encontro real com o tempo do outro' ao recorrer a debates contemporâneos sobre a condição pós-colonial em África. Destaco assim a natureza ambígua e elusiva da temporalidade subalterna e defendo a necessidade de uma abordagem mais etnograficamente atenta às vicissitudes da temporalização periférica.

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