Dados Bibliográficos

AUTOR(ES) Fernando Augusto Fileno
ANO Não informado
TIPO Artigo
PERIÓDICO Revista de Antropologia
ISSN 1678-9857
E-ISSN 1678-9857
EDITORA Universidade de Sao Paulo. Museu de Zoologia
DOI 10.11606/2179-0892.ra.2019.156130
ADICIONADO EM 2025-08-18

Resumo

O sangue existe no mundo como fonte da vida, inerente aos seres que dele usufruem, mas ele também atua independente dela como um corpo. O sangue que corre pelas veias, veículos em nossa cosmologia cientificista de um conjunto celular de natureza diversificada é, para nossos interlocutores, espírito. Os Mura entendem o sangue, para além de sua classificação biológica, como um plano da cultura. Em uma palavra, o sangue é relação. No contexto-mundo dos Mura, habitantes das comunidades do rio Igapó-Açu, município de Borba (AM), o sangue é um meio de comunicação transespecífico e transespacial. Nossa intenção neste artigo é apresentar uma hematologia que dê conta das múltiplas possibilidades que o sangue engloba. Se, à primeira vista, o sangue ressoa aspectos da vida privada, poderemos ver como, em um segundo momento, ele passa a ser objeto de interesse público e, principalmente, cosmológico.

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