Dados Bibliográficos

AUTOR(ES) G. Peters , Christine Hamlin
AFILIAÇÃO(ÕES) Universidade Federal de Pernambuco
ANO Não informado
TIPO Artigo
PERIÓDICO Lua Nova: Revista de Cultura e Política
ISSN 1807-0175
E-ISSN 0102-6445
EDITORA Berghahn Books (United Kingdom)
DOI 10.1590/0102-138/103
CITAÇÕES 1
ADICIONADO EM 2025-08-18
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Resumo

Resumo O artigo explora o uso de temas feministas na publicidade contemporânea, com ênfase na apropriação publicitária da noção de 'empoderamento'. A análise desse 'feminismo da mercadoria' demonstra que, a despeito de potenciais aspectos emancipatórios, os usos publicitários do conceito de empoderamento revelam um sentido individualizante que se afina ideologicamente com o ethos do capitalismo tardio e com formas de subjetivação que enfatizam a autoconsciência, o autogoverno, a independência, o sucesso individual e a liberdade para fazer escolhas. Tal inflexão destoa dos compromissos coletivistas com transformações estruturais antes atrelados ao conceito pelo feminismo de segunda onda. Se o slogan feminista de que 'o pessoal é político' vinculava a autotransformação individual à transformação social, a proposta de empoderamento veiculada no femvertising esvazia aqueles compromissos através da sugestão implícita de que 'o político é pessoal'. O artigo ilustra tais argumentos com o exame de uma campanha publicitária promovida pela marca de absorventes Always, enfatizando como a dimensão política do feminismo de segunda onda, presente em reflexões como as de Carol Gilligan e de Iris M. Young, pode ser apropriada de forma a compatibilizá-la ao ethos neoliberal e suas formas específicas de subjetivação.

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