Dados Bibliográficos

AUTOR(ES) E.S. Nunes
AFILIAÇÃO(ÕES) Universidade Federal do Oeste do Pará, Brasil
ANO Não informado
TIPO Artigo
PERIÓDICO Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas
ISSN 2178-2547
E-ISSN 2178-2547
EDITORA Museu Paraense Emilio Goeldi
DOI 10.1590/2178-2547-bgoeldi-2023-0027
ADICIONADO EM 2025-08-18

Resumo

Resumo Em busca de tratamento para doenças resultantes de acometimento por espíritos, os Karajá, povo indígena centro-brasileiro, recorrem hoje, além de seus próprios xamãs, a xamãs de outras etnias e curandeiros regionais, bem como a sua fé em Deus. E todos esses curadores, a despeito de seus diferentes conhecimentos e técnicas, são considerados igualmente xamãs. Os médicos não indígenas, em contraste, não podem curar esses adoecimentos, e a esses especialistas só se recorre para tratar as 'doenças de branco'. A diferença marcada entre doenças e especialistas, no último caso, contrasta com o regime de comunicação absoluta no primeiro. É a essa diferença que o artigo se dedica. Dialogando com a antropologia da saúde, por um lado, e com a questão da religião, por outro, proponho que o que permite que curadores de origens diversas tratem pessoas enfeitiçadas, diferentemente dos médicos, é o fato de que o xamanismo atualiza o regime de diferença infinita, ou de transparência absoluta, dos tempos primordiais.

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