Nomes em disputa entre os Tukano do baixo Uaupés
Dados Bibliográficos
AUTOR(ES) | |
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AFILIAÇÃO(ÕES) | Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Brasil |
ANO | Não informado |
TIPO | Artigo |
PERIÓDICO | Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas |
ISSN | 2178-2547 |
E-ISSN | 2178-2547 |
EDITORA | Museu Paraense Emilio Goeldi |
DOI | 10.1590/2178-2547-bgoeldi-2023-0030 |
CITAÇÕES | 1 |
ADICIONADO EM | 2025-08-18 |
Resumo
Resumo Este artigo trata de alguns movimentos de dispersão territorial do povo Tukano, localizados na Terra Indígena (TI) Alto Rio Negro, a partir da análise de narrativas que versam sobre as histórias dos nomes de dois de seus (cerca de 40) subgrupos, os Duca porã e os Inapé porã. Argumento que as trajetórias desses coletivos que se estabeleceram em uma microrregião do baixo curso do rio Uaupés são marcadas por transformações, alterações e composições nos nomes pelos quais são e/ou pleiteiam ser reconhecidos. Pretendo demonstrar que ocorre uma disputa por proeminência atrelada à apropriação de nomes e que tal processo vincula-se à colonização do alto rio Negro, cujo um dos efeitos foi a intensificação do contato com o mundo dos 'brancos' a partir, principalmente, das relações de patronagem em curso ao longo da segunda metade do século XIX. O esforço mais geral é o de descrever um mecanismo de atribuição de qualidades e reputação que codifica as disputas intergrupos em que os nomes ocupam uma posição proeminente. Irei demonstrar que o nome é fundamental nos processos de constituição de subgrupos, pois é marcado por disputas e conflitos – isto é, um nome sempre implica (des)reconhecimento por outros.