As flores do Maɨ: forma e enquadramento nos cantos Araweté (Amazonia)
Dados Bibliográficos
AUTOR(ES) | |
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ANO | Não informado |
TIPO | Artigo |
PERIÓDICO | Revista Crítica Cultural |
ISSN | 1980-6493 |
E-ISSN | 1980-6493 |
EDITORA | Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) |
DOI | 10.19177/rcc.v12e1201737-52 |
ADICIONADO EM | 2025-08-18 |
Resumo
Neste artigo, analiso os refrões ou vocalizes dos cantos oñĩñã me'e dos Araweté (Pará, Brasil). A partir da noção de 'leva-gente', associo os refrões desses cantos com outras formas estéticas ameríndias, principalmente com o complexo da tocaia entre os povos falantes de línguas tupi-guarani. O material analisado aqui provêm de 14 meses de trabalho de campo que realizei junto aos Araweté, principalmente de trabalho conjunto de transcrição e tradução realizado com Irarũno Araweté (Heurich, 2015). Passando por adornos corporais, tocaias de caça, tocaias xamânicas, chocalhos e maracás, estabeleço uma linha de comparação que passa de um contexto a outro através de conexões metonímicas. Concluo que os refrões funcionam não somente como enquadramento das linhas/estrofes mas como uma forma de moldura maleável e impermanente onde ritmo e movimento são aspectos fundamentais.