Dados Bibliográficos

AUTOR(ES) F. Verde
AFILIAÇÃO(ÕES) Departamento Antropologia – Iscte-IUL, Portugal
ANO 2024
TIPO Artigo
PERIÓDICO Etnografica
ISSN 0873-6561
E-ISSN 2182-2891
EDITORA Publisher 33
DOI 10.4000/12lao
ADICIONADO EM 2025-08-18

Resumo

Neste ensaio procuro primeiro identificar as razões do lugar marginal que a arte desde sempre ocupou no pensamento antropológico, sugerindo que elas são a influência da conceção estética de arte e da metafísica que suportou o projeto das ciências sociais e fez supor que a reflexão sobre arte deve ser mediada por dispositivos de natureza teórica. Tomando como guia a tradição fenomenológica e o ensaio seminal de Heidegger A Origem da Obra de Arte, que devolvem à compreensão da obra de arte a sua função de fundar e articular as coordenadas metafísicas que fundam uma comunidade e guiam o seu devir histórico, defendo que o olhar antropológico sobre arte deve focar a sua potencialidade ontológica. Argumento, por fim, que essa é a via pela qual a antropologia pode apreender a dimensão generativa do que chamamos sociedade e cultura, trazendo as 'grandes obras' que as sociedades do mundo produziram e produzem para uma relação dialógica caracterizada pela reciprocidade interpretativa que se estabelece entre elas, os seus autores e os seus intérpretes.

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