Dados Bibliográficos

AUTOR(ES) F. Rohden , Marcelle Schimitt
AFILIAÇÃO(ÕES) Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
ANO 2020
TIPO Artigo
PERIÓDICO Anuário Antropológico
ISSN 0102-4302
E-ISSN 2357-738X
EDITORA Publisher 15303
DOI 10.4000/aa.5882
ADICIONADO EM 2025-08-18

Resumo

Este artigo discute as fronteiras entre o estético e o reparador no contexto das cirurgias plásticas das mamas. Buscamos compreender como estes limites têm se conformado na prática destes procedimentos. Para tanto, partimos de discursos médicos acerca destas intervenções e apresentamos uma discussão mais geral a respeito destas fronteiras por meio de um breve histórico das cirurgias plásticas e do contexto brasileiro em relação à especialidade. O trabalho de campo envolveu a observação de eventos e a realização de entrevistas com profissionais desta área médica, cujos discursos são tomados enquanto prática e efeito do que é performado concretamente. A partir destes enunciados, observamos uma grande centralidade conferida aos seios no que diz respeito a uma diferenciação entre corpos masculinos e femininos e em relação a uma identidade e autoestima das mulheres. Ainda, a maternidade e a 'função reprodutiva' são colocadas como uma justificativa para as cirurgias plásticas dos seios serem tomadas como reparadoras em sua maioria. Os limites entre estético e reparador são construídos e sustentados por uma gama muito diversa de contingências e em consonância com padrões de normalidade fortemente perpassados por nossas concepções de gênero, sexualidade, raça e classe que ganham formas particulares de operar no contexto brasileiro.

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