Dados Bibliográficos

AUTOR(ES) Isabelle Combès
ANO Não informado
TIPO Artigo
PERIÓDICO CAMPOS - Revista de Antropologia Social
ISSN 1519-5538
E-ISSN 2317-6830
DOI 10.5380/cam.v9i2.15864
ADICIONADO EM 2025-08-18

Resumo

Embora a expulsão dos jesuítas seja um marco na história da Chiquitania, ela não paralisou o processo de homogeneização cultural e 'chiquitanização' que foi impulsionado pelos padres e que se iniciou, inclusive, antes da presença jesuíta na região. Entretanto, os grupos falantes de Zamuco, que continuaram nas florestas chiquitanas até o começo da década de 1920, são frequentemente apresentados como 'preservados' dessa influência homogeneizadora. A presente contribuição pretende demonstrar que, ao contrário, o impacto missionário entre os Zamuco foi bem mais contundente do que geralmente é admitido, tendo provocado um processo de reconfiguração dos grupos e de etnogênese, e propiciado novas formas de 'dependência sócio-perifêrica', tal como define B. Susnik. O exemplo dos potoreras, falantes de Zamuco no fim do século XVIII, pretende ilustrar esse processo e, além disso, reformular uma visão excessivamente simplista e caricatural da história dos atuais Ayoreos do oriente boliviano.

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