Protagonistas e mediadores: Indígenas e Hidrelétricas na bacia do rio Uruguai
Dados Bibliográficos
AUTOR(ES) | |
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ANO | Não informado |
TIPO | Artigo |
PERIÓDICO | CAMPOS - Revista de Antropologia Social |
ISSN | 1519-5538 |
E-ISSN | 2317-6830 |
EDITORA | Universidade Federal do Parana |
DOI | 10.5380/campos.v14i1/2.42479 |
ADICIONADO EM | 2025-08-18 |
MD5 |
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Resumo
A convivência entre as populações indígenas e os empreendimentos do Setor Elétrico na bacia do rio Uruguai (RS/SC) vem sendo estudada desde os anos setenta, com as pesquisas pioneiras do antropólogo Silvio Coelho dos Santos. Distribuídos em inúmeras terras indígenas da região, os Kaingang constituem oposição sistemática aos grandes projetos que já resultaram na construção de sete usinas hidrelétricas na bacia do rio Uruguai. Entretanto, para espanto e perplexidade de muitos, os Kaingang tem manifestado nos últimos anos interesse específico na construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Eles querem autorizar e ter participação nos lucros de PCHs a serem instaladas nos rios que banham suas terras. Analisar este enunciado é o objetivo desta comunicação. Em que contextos surgem estas manifestações? Quais argumentos são empregados em defesa destes projetos? Como projetos hidrelétricos estão inseridos no contexto indígena? Esta comunicação parte da análise de dois casos em que os Kaingang publicamente defendem a construção de PCHs em seus territórios. Com estratégias distintas, as lideranças indígenas reivindicam o poder de definição de seus projetos próprios de desenvolvimento. Para a análise antropológica estes casos oferecem um cenário etnográfico particularmente desafiador, posto que redimensionam a condição de marginalização e exclusão, inserindo os indígenas no centro dos debates sobre o próprio desenvolvimento.