De la Torture dans les sociétés primitives
Dados Bibliográficos
AUTOR(ES) | |
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ANO | 1973 |
TIPO | Book |
PERIÓDICO | L'Homme |
DOI | 10.3406/hom.1973.367366 |
ADICIONADO EM | 2025-08-29 |
Resumo
Em "De la Torture dans les sociétés primitives", Pierre Clastres argumenta contra a visão convencional da tortura como uma prática bárbara e irracional em sociedades não-ocidentais. Ele propõe que a tortura, nesses contextos, seja uma instituição política complexa, intrinsecamente ligada à manutenção da ordem social e à prevenção do surgimento do Estado. Clastres examina o papel da tortura em rituais de iniciação, destacando sua função na inscrição da lei no corpo dos indivíduos e na afirmação da coesão social. Ao invés de representar uma falha moral, a tortura, segundo Clastres, é uma forma de violência ritualizada que serve para delimitar os limites do poder e impedir a concentração da autoridade em uma única figura, preservando assim a estrutura social igualitária dessas sociedades. O autor utiliza exemplos etnográficos de diferentes grupos indígenas da América do Sul para ilustrar sua tese, desafiando as interpretações etnocêntricas da violência em culturas diferentes.