Ka'á Watá, "andar na floresta": caça e território em um grupo Tupi da Amazônia
Dados Bibliográficos
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ANO | Não informado |
TIPO | Book |
ADICIONADO EM | Não informado |
Resumo
Com base na análise das formas pelas quais o território é concebido e utilizado durante as caçadas em um povo Tupi-Guarani da Amazônia oriental, os Awá-Guajá, o presente artigo propõe uma primeira análise sobre a concepção de território e mobilidade territorial neste povo. Apresenta as noções de harakwá e watá, argumentando que as ações envolvidas na floresta, expressas sobretudo pelas ideias de “andar” e “caçar”, são centrais para o entendimento da territorialidade Awá-Guajá. A partir da etnografia realizada com este grupo, o autor demonstra como a prática da caça e o conhecimento da floresta se articulam na produção de um território que se define por meio do movimento e do deslocamento. A noção de watá, “floresta-território”, expressa esta relação entre a dimensão física e simbólica do território, problematizando as análises clássicas da antropologia sobre territorialidade, que muitas vezes privilegiam uma visão estática e delimitada do espaço.