Dados Bibliográficos

AUTOR(ES) Lucia Scalco , C. Fonseca , Manisha Sinha
AFILIAÇÃO(ÕES) Universidade Federal do Rio Grande do Sul
ANO 2016
TIPO Book
ADICIONADO EM 2025-08-15
MD5 24d384a17b6be845837b324cf4c1be76

Resumo

Examinamos neste artigo a remoção de recém-nascidos de suas mães pobres logo após o parto para refletir sobre as repercussões da radical desigualdade socioeconômica para dinâmicas familiares no Brasil. Inspiradas nas noções de 'justiça reprodutiva' e 'reprodução estratificada', atentamos à dimensão política dessa rotina reprodutiva que, de outra forma, passaria despercebida, apagada por representações naturalizantes de gênero e família. Mapeando o jogo de moralidades que desemboca na desautorização da maternidade de certas mulheres (ou homens), procuramos sublinhar a complexidade de dinâmicas interseccionais de classe, raça, geração e gênero nas práticas de injustiça e discriminação. Olhamos a convergência de certas tendências globais, saberes profissionais e mudanças legislativas nacionais para colocar a pergunta: em vez de garantir os direitos dos mais vulneráveis, as atuais políticas de governo não estariam evoluindo numa direção que mantém e aprofunda a sub-cidadania de famílias vivendo na grande pobreza?

Ferramentas