Dados Bibliográficos

Resumo

Em 'História da Sexualidade 2: O Uso dos Prazeres', Michel Foucault desloca sua análise do poder para a Antiguidade greco-romana, investigando como os indivíduos se constituíam como sujeitos morais através das práticas de si. Diferentemente da ênfase na repressão da sexualidade na era vitoriana explorada no primeiro volume, este livro examina como os antigos gregos e romanos cultivavam atitudes e comportamentos sexuais em relação ao prazer, à moderação e à busca pela 'beleza' (kalos) em todas as esferas da vida. Foucault explora a ética do cuidado de si, demonstrando como a sexualidade era um elemento crucial na construção da identidade masculina, particularmente no contexto da relação entre homens livres e meninos. A obra analisa textos filosóficos e médicos da época, revelando como o domínio de si, expresso pela temperança e pelo uso adequado dos prazeres, era considerado essencial para a liberdade e a virtude. 'O Uso dos Prazeres' questiona a noção moderna de uma sexualidade reprimida na Antiguidade, argumentando que a relação com o prazer era objeto de uma complexa elaboração ética e estética, constituindo um modo de subjetivação distinto do contemporâneo.

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